lunedì 28 marzo 2011

Casa da Mariquinhas

Alfredo Marceneiro
















Ascolta la canzone cantata da Alfredo Marceneiro



Casa di Mariquinhas


Si trova in una strada bizzarra
la casa di Mariquinhas,
in sala c'è una chitarra,
e persiane alle finestre.
Vive con molte amiche,
quella di cui vi sto parlando,
e non c'è dono piu` grande
della vitalità delle ragazze.
Va matta per i canti,
come nel campo la cicala,
Se canta il fado la chitarra
persino piange, di commozione.
La casa allegra dove vive
si trova in una strada bizzarra.

Per farsi notare
si mette cose curiose
molti pizzi, molti nastri
foulard di vari colori.
Reclamata e desiderata,
altezzosa come regina,
ride delle tante poverette
che la criticano aspramente
a veder sempre piena di gente
la casa di Mariquinhas.

È semplice all'apparenza
ma arredata in modo sconveniente,
in fondo non vale niente
tutto quel che c'è in casa.
Nel vano di ogni finestra
su un piedistallo, un vaso di fiori,
trapunte fiorate con l'orlo,
quadri di gusto malizioso,
al posto del pianoforte,
in sala, una chitarra.

Per proteggere il magro bottino
ha comprato una cassaforte,
e quando il gas finisce
s'illumina a petrolio.
Lucida i mobili con l'olio
di mandorla dolce, e meschine
passano davanti le vicine
per vedere che si combina là dentro,
ma lei per dispetto tiene
le persiane alle finestre!




Casa da Mariquinhas


É numa rua bizarra
A casa da Mariquinhas
Tem na sala uma guitarra
Janelas com tabuinhas.
Vive com muitas amigas
Aquela de quem vos falo
E não há maior regalo
De vida de raparigas
É doida pelas cantigas
Como no campo a cigarra
Se canta o fado á guitarra
De comovida até chora
A casa alegre onde mora
É numa rua bizarra

Para se tornar notada
Usa coisas esquisitas
Muitas rendas, muitas fitas
Lenços de cor variada
Pretendida e desejada
Altiva como as rainhas
Ri das muitas, coitadinhas
Que a censuram rudemente
Por verem cheia de gente
A casa da Mariquinhas

É de aparência singela
Mas muito mal mobilada,
No fundo não vale nada
O tudo da casa dela
No vão de cada janela
Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra
Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano
Tem na sala uma guitarra

Para guardar o parco espólio
Um cofre forte comprou
E como o gás acabou
Ilumina-se a petróleo
Limpa as mobílias com óleo
De amêndoa doce e mesquinhas
Passam defronte as vizinhas
Para ver o que lá se passa
Mas ela tem por pirraça
Janelas com Tabuinhas



Cantada por Alfredo Marceneiro, versos de Silva Tavares